segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Sarampo e Rubéola: recomendações/ Nota Técnica 6/2011

     NOTA TÉCNICA N.º 6/2011/CGDT- CGPNI/DEVEP/SVS/MS
     Assunto: Recomendações frente aos cenários epidemiológicos internacionais e nacionais de sarampo e rubéola
 
1. Considerando o processo de certificação da eliminação do sarampo no país, onde os últimos casos autóctones confirmados datam de 2000, e que ainda existem vários países com transmissão endêmica, a Coordenação-Geral de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde (CGDT/DEVEP/SVS/MS), juntamente com os estados e os municípios, vem refinando as ações das vigilâncias frente ao surgimento de casos importados no intuito de evitar as reintroduções virais.

2. Atualmente, a Europa enfrenta um surto de sarampo, em que 35 países registram mais de 11.500 casos, até o momento (a Bélgica registrou 206 casos até julho de 2011, em comparação com 40 casos no de 2010; e a França confirmou 7.324 casos, de janeiro a julho de 2011, em comparação com 5.019 casos notificados em todo o ano de 2010). Investigações epidemiológicas e genotipagem têm confirmado a transmissão do vírus do sarampo entre os vários países da região e para as Américas.

3. No Brasil, foram confirmados dezoito casos de sarampo (SP: 3; MS: 1; RS: 7; RJ: 4; DF: 1; BA: 1; PI, 1) dos quais sete apresentaram histórico de viagem à Europa, um proveniente dos Estados Unidos e os demais foram relacionados aos casos importados. A maioria dos casos (17) foi confirmada por Reação da Polimerase em Cadeia (PCR) e identificados os genótipos D4 e G3, cujo sequenciamento genético é idêntico ao circulante no continente europeu.

4. É necessário considerar que com o aumento do fluxo de viagens internacionais nos últimos anos, principalmente para os países europeus e norte-americanos, e que o fato de a Europa estar vivendo uma epidemia de Sarampo, existe maior probabilidade de ocorrência de casos importados no Brasil. Desta forma, é de extrema importância que as Secretarias Estaduais e as Municipais de Saúde, mais uma vez, envidem esforços para a concretização das ações preconizadas pelo Ministério da Saúde, sendo imprescindível a adoção de medidas de prevenção e controle, em tempo oportuno, com a finalidade de evitar a ocorrência de surtos, a partir de casos importados, e estabelecer estratégias para o alcance de coberturas vacinais iguais ou superiores a 95%, buscando-se maior a homogeneidade das coberturas nos municípios brasileiros.

5. Embora a Organização Mundial da Saúde e o Ministério da Saúde recomendem a vacinação contra o sarampo e a rubéola para todas as pessoas que irão viajar ao exterior, ainda existem brasileiros não vacinados viajando para outros países, expondo-se ao risco de contrair essas doenças e contribuir para a reintrodução delas.

6. Nesse contexto, o Ministério da Saúde, por meio da Secretaria de Vigilância em Saúde, recomenda a imunização pelo menos 15 dias antes da viagem, conforme os calendários de vacinação da criança, adolescente e adulto para a proteção efetiva desses indivíduos. Especial atenção deve ser dada à vacinação contra o sarampo e a rubéola, recomendada para pessoas na faixa etária até 39 anos, se homem, e até 49 anos, no caso das mulheres (com exceção das gestantes).

7. Reforça-se que os indivíduos que apresentarem contra-indicações médicas, como as crianças menores de seis meses de idade, não deverão ser vacinadas. Aquelas pessoas que já receberam a vacina, conforme o esquema vacinal preconizado pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI), ou contraíram o sarampo e/ou rubéola, em caso confirmado laboratorialmente, estão imunizadas contra elas e sem risco de contrair novamente essas doenças. Na dúvida, recomenda-se procurar um posto ou centro de saúde para orientações e, se necessário, receber a vacina antes da viagem.

8. A prevenção de doenças infecciosas, por meio do ato da vacinação, é uma medida de controle de disseminação de enfermidades. Assim, vacinar a si e aos de sua responsabilidade, em conformidade com as orientações do Ministério da Saúde, é um dever de todos.

Brasília, 9 de agosto de 2011.

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